Este blog serve para tudo um pouco. Quero com ele partilhar algumas das minhas ideias e experiências, dedicar alguns momentos aos que amo e que precisam de ajuda, fazer reflexões e colocar orações. Pretendo com este espaço servir a Deus, mostrando o meu amor de diversas formas. "Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a nós mesmos."
Bem vindo a este espaço de bem...
terça-feira, dezembro 22, 2009
Poema: "Natal de quem?"
quarta-feira, setembro 02, 2009
Selo Blog Dourado: Ganhei um! :)
Agradeço à Marlene Oliveira, pois foi ela que me deu a honra de receber este presente.
Deixo aqui o link para que possam visitar o blog dela, pois acho que está muito bom.
Vejam aqui o blog da Marlene (na página onde aparece a lista de blogs dourados)!
quarta-feira, agosto 05, 2009
Hinduísmo
Introdução ao Hinduísmo
Denominação do conjunto de princípios, doutrinas e práticas religiosas que surgiram na India, a partir de 2000 a.C. O termo é ocidental e é conhecido pelos seguidores como Sanatana Dharma, do sânscrito (língua original da India), que significa "a ordem permanente". Está fundamentado nos quatro livros dos Vedas (conhecimento), um conjunto de textos sagrados compostos de hinos e ritos, no Século X, denominados de Rigveda, Samaveda, Yajurveda e Artharvaveda. Estes quatro volumes são divididos em duas partes: a porção do trabalho (rituais politeístas) e a porção do conhecimento (especulações filosóficas), também chamada de Vedanta . A tradição védica surgiu com os primeiros árias, povo de origem indo-européia (os mesmos que desenvolveram a cultura grega) que se estabeleceram nos vales dos rios Indo e Ganges, por volta de 1500 a.C.
Segundo ensina o hinduísmo, os Vedas contêm as verdades eternas reveladas pelos deuses e a ordem (dharma) que rege os seres e as coisas, organizando-os em castas. Cada casta possui seus próprios direitos e deveres espirituais e sociais. A posição do homem em determinada casta é definida pelo seu carma (conjunto de suas ações em vidas anteriores). A casta à qual pertence um indivíduo indica o seu status espiritual. O objetivo é superar o ciclo de reencarnações (samsara), atingindo assim, o nirvana, a sabedoria resultante do conhecimento de si mesmo e de todo o Universo. O caminho para o nirvana, segundo ensina o hinduísmo, passa pelo ascetismo (doutrina que desvaloriza os aspectos corpóreos e sensíveis do homem), pelas práticas religiosas, pelas orações e pela ioga. Assim a pessoa alcança a “salvação”, escapando dos ciclos da reencarnação.
Nos cultos védicos, os pedidos mais solicitados aos deuses são vida longa, bens materiais e filhos homens. São várias as divindades. Agni é o pai dos homens, deus do fogo e do lar. Indra rege a guerra. Varuna é o deus supremo, rei do universo, dos deuses e dos homens. Ushas é a deusa da aurora; Surya e Vishnu, regentes do sol; Rudra e Shiva, da tempestade. Animais como a vaca, rato, e serpentes, são adorados por serem possivelmente, a reencarnação de alguns dos familiares. Existe três vezes mais ratos que a população do país, os quais destroem um quarto de toda a colheita da nação. O rio Ganges é considerado sagrado, no qual, milhares de pessoas se banham diariamente, afim de se purificar. Muitas mães afogam seus filhos recém-nascidos, como sacrifício aos deuses.
Os brâmanes (sacerdotes) criaram o sistema de castas, que se tornou a principal instituição da sociedade indiana. Sem abandonar as divindades registradas nos Vedas, estabeleceram Brahma como o deus principal e o princípio criador. Ele faz parte da Trimurti, a tríade divina completada por Shiva e Vishnu. De acordo com a tradição, Brahma teve quatro filhos que formaram as quatro castas originais: brâmanes (saídos dos lábios de Brahma), são os sacerdotes considerados puros e privilegiados; os xátrias (originários dos braços de Brahma), são os guerreiros; os vaicias (oriundos das pernas de Brahma), são os lavradores, comerciantes e artesãos; e sudras (saídos dos pés de Brahma), são os servos e escravos. Os párias são pessoas que não pertencem a nenhuma casta, por terem desobedecido leis religiosas. Estes não podem viver nas cidades, ler os livros sagrados nem se banharem no Rio Ganges.
As características principais do hinduísmo são o politeísmo, ioga, meditação e a reencarnação. Estima-se que atualmente existam mais de 660 milhões de adeptos em todo o mundo, com um panteão de 33 milhões de deuses e 200 milhões de vacas sagradas. Todo gado existente na India, alimentaria sua população por cinco anos, entretanto, a fome é devastadora no país por causa da idolatria.
Tudo é deus, deus é tudo: o hinduísmo ensina, como no Panteísmo, que o homem está unido com a natureza e com o universo. O universo é deus, e estando unido ao universo, todos são deuses. Ensina também que este mesmo deus, é impessoal. Muitos deuses adorados pelos hindus são amorais e imorais. O mundo físico é uma ilusão: no mundo tridimensional, designada de maya, o homem e sua personalidade não passa de um sonho. Para se ver livre dos sofrimentos (pagamento daquilo que foi feito na encarnação passada), a pessoa deve ficar livre da ilusão da existência pessoal e física. Através da ioga e meditação transcedental, a pessoa pode transceder este mundo de ilusões e atingir a iluminação, a liberação final. O hinduísmo ensina que a ioga é um processo de oito passos, os quais levam a culminação da pessoa transcender ao universo impessoal, no qual o praticante perde o senso de existência individual. A lei do carma: o bem e o mal que a pessoa faz, determinará como ela virá na próxima reencarnação. A maior esperança de um hinduísta é chegar no estágio de se transformar no inexistente. Vir ser parte deste deus impessoal, do universo.
segunda-feira, agosto 03, 2009
sábado, agosto 01, 2009
Pe. Hugo Martins (Diocese da Guarda)
Aqui fica o que encontrei do meu amigo, a sua Missa Solene em Loriga, Paróquia da Diocese da Guarda, onde está ao serviço do Senhor neste momento.
quarta-feira, julho 29, 2009
Santo dos Teólogos
Estava a desfolhar um livro sobre Santos, e descobri qual é o Santo dos Teólogos! O Santo dos Teólogos é S. João, Evangelista.
Foi com grande alegria que descobri quem era o Santo dos Teólogos, pois em Teologia, das cadeiras Teológicas que já tive, damos grande importância ao Evangelho de S. João, devido à maturidade e esclarecimento na fé que S. João mostra no seu Evangelho.
Nota histórica:
Filho de Zebedeu, rico pescador de Bethsaida (Mc. 1, 20; Mt. 4, 18--22; Jo. 1, 44), e de Salomé, que mais tarde se viria a consagrar ao serviço de Jesus e dos Apóstolos, foi educado, com o seu irmão Tiago, na seita dos zelotes. Tornado discípulo de João Baptista, por ele seria encaminhado para Jesus, vindo a ser bem depressa, um dos membros mais activos do grupo.
A João confiou Jesus não só o maior número de missões, mas também os Seus mais intímos segredos. A ele confiará igualmente Sua Mãe, que terminará os Seus dias na companhia do «Discípulo amado». Após uma longa vida apostólica, o Apóstolo do amor será exilado para a ilha de Patmos (Apoc. 1), no tempo de Domiciano, sendo o último dos Doze a deixar a terra.
João é o autor de vários Cartas, do Apocalipse e do quarto Evangelho.
Curiosidade: o seu dia é a 27 de Dezembro
domingo, julho 26, 2009
Mini projecto
Há já algum tempo que não passava por aqui!

Foi a época de exames, e infelizmente a de recurso (mas parece que esta valeu a pena). Terminou o ano escolar, e agora tenho vontade de colocar alguns pequenos projectos em acção.
Não vou falar aqui do pequeno projecto que quero realizar, pois ainda nem fiz nada para que o possa começar a desenvolver... Mas, para quem quiser, deixo aqui a ligação para o blog que vai acompanhar esse projecto. Não é nada de extraordinário, mas, para os interessados, aqui fica um pequeno projecto relacionado com a arte cristã.
Podem ver aqui o blog: "Arte cristã, um modo de Pastoral"
domingo, maio 31, 2009
Pentecostes
quinta-feira, maio 28, 2009
Comunidade Israelita de Lisboa
Por sugestão da Professora Luísa Almendra, na aula de Tutoria (que serve para fazer acompanhamento aos alunos e ajudá-los no que for preciso), ontem deslocámo-nos à Sinagoga de Lisboa, ou seja, ao local de culto da Comunidade Judaica de Lisboa.
Neste semestre (2º semestre do 2º ano do Mestrado Integrado em Teologia), temos falado muito do Diálogo Ecuménico, em diversas cadeiras. Aprendemos como funciona o Judaísmo, como é fundamentado, ou seja, tentámos saber o mais possível (o mesmo aconteceu com o: Budismo, Hinduísmo e Islão). Foram momentos de descoberta de pensamentos e crenças que não conhecíamos tão bem, mas que agora despertaram ainda mais para a pesquisa daquilo que é cada uma delas.

Ontem, ao estar a escutar a nossa guia, também ela Judia, notei que há imensos aspectos religiosos que temos em comum. Só com um contacto tão directo é que se consegue entender claramente que de facto o Cristianismo bebe muito das fontes do Judaísmo.
Não tenho palavras para manifestar o que vivi ontem, apenas sei que gostei muito, e que cada vez mais quero também eu colaborar no Diálogo Ecuménico, porque como se diz: "a falar é que a gente se entende".
Espero brevemente poder escrever algo sobre cada uma das Grandes Religiões do Mundo, pois não posso guardar este conhecimento só para mim, quero que também outros entendam que todos podemos dialogar, ou seja, que não há razões para nos "odiarmos" só porque nem todos cremos em Cristo. Aliás, o próprio Cristo disse: «Amai-vos uns aos outros».
domingo, maio 24, 2009
Ave Maria, de Schubert
Maria Gratia plena
Ave, ave dominus
Dominus tecum
Benedicta tu in mulieribus
Et benedictus
Et benedictus fructus ventris
Ventris tui Jesus
Ave Maria
Ave Maria Mater dei
Ora pro nobis pecatoribus
Ora, ora pro nobis
Ora ora pro nobis pecatoribus
Nunc et in hora mortis
In hora mortis nostrae
In hora mortis, mortis nostrae
In hora mortis nostrae
Ave Maria
terça-feira, maio 19, 2009
A beleza do painel da Igreja da Santíssima Trindade (Fátima)
Estou a fazer um pequeno estudo sobre este belíssimo painel, e como sinto que hoje começo a conseguir avançar um pouco mais no estudo, senti-me inspirada para colocar aqui um pouco do "delicioso" painel.. ;)
Assim vos deixo, focando o lado direito deste pedacinho do painel.
Maria, acolhendo os pastorinhos, acolhendo aqueles que crêem em Jesus e na Palavra.
Nossa Senhora de Fátima!
Rogai por nós!
sexta-feira, maio 01, 2009
Beato Francisco, Patrono dos Acólitos de Portugal
Este ano, estiveram reunidos mais de 4500 acólitos, e para além desses, ainda os familiares e outros acompanhantes.
O programa foi diferente, e inovador em relação aos anos anteriores. Pelas 10h, reuniram-se os acólitos no Centro Pastoral Paulo VI, onde tivemos a oportunidade de estar todos juntos em festa, na companhia da cantora Claudine Pinheiro e sua equipa. Neste tempo, ainda foram feitas as apresentações das Dioceses (que haviam sido enviadas previamente).
Este encontro conteve algo de muito especial, e devemos sentir-nos orgulhosos por podermos ter estado presentes neste encontro, pela terceira vez enquanto grupo.
Como estava a ser relado, este ano houve um acontecimento especial.. Durante a Eucaristia, D. Anacleto Oliveira (Bispo Auxiliar de Lisboa e Presidente da Comissão Episcopal de Liturgia), que presidia à Celebração, declarou e proclamou que o Beato Francisco Marto, por adorar "Jesus escondido" na Eucaristia, que será proclamado Padroeiro dos Acólitos Portugueses.
É uma alegria para todos ter o Beato Francisco como nosso Patrono dos Acólitos.
Celebramos este ano os 100 anos de nascimento de Francisco Marto, e tê-lo como nosso Patrono, é uma grande honra e alegria, e uma grande homenagem e reconhecimento à sua pessoa.
Beato Francisco Marto!
Rogai por nós!
quarta-feira, abril 29, 2009
Hino à Caridade (1Cor 13)
Mas afinal, o que é a Caridade?
Caridade não é só dar a esmola ao pobre que não tem dinheiro.. É ainda mais que isso.. É amar aquele que precisa! É amar, ajudar... É um conjunto de boas acções que podemos e devemos fazer uns pelos outros.
Vamos ser pessoas de verdadeira Caridade!
Por agora, o meu gesto de Caridade, é mesmo partilhar o que nos diz S. Paulo.
Ainda que eu fale a língua dos anjos e dos homens,
Se não tiver caridade, sou como o bronze que ressoa
Ou como o címbalo que tine.
Ainda que eu tenha o dom da profecia
E conheça todos os mistérios e toda a ciência,
Ainda que possua a fé em plenitude,
A ponto de transportar montanhas,
Se não tiver caridade, nada sou.
Ainda que distribua todos os meus bens em esmolas
E entregue o meu corpo a fim de ser queimado,
Se não tiver caridade, de nada me aproveita.
A caridade é paciente,
A caridade é benigna, não é invejosa;
A caridade não se ufana, não se ensoberbece,
Não é inconveniente, não procura o seu interesse,
Não se irrita, não suspeita mal,
Não se alegra com a justiça, mas rejubila com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
A caridade nunca acabará.
As profecias desaparecerão,
As línguas cessarão e a ciência findará,
Porque a nossa ciência é imperfeita.
Mas quando vier o que é perfeito,
O que é imperfeito será abolido.
No tempo em que eu era criança,
Falava como criança, raciocinava como criança;
Mas, quando me tornei homem,
Eliminei as coisas de criança.
Hoje vemos, como por um espelho,
De maneira confusa,
Mas então veremos face a face.
Hoje conheço de maneira imperfeita:
Então, conhecerei exactamente,
Como também sou conhecido.
Agora subsistem estas três:
a fé, a esperança e a caridade;
Mas a maior delas é a caridade.
terça-feira, abril 28, 2009
História e Teologia das Religiões
Hoje estive a analisar melhor um mapa que o meu Professor da cadeira de História e Teologia das Religiões, que é também o Director da Faculdade, Peter Stilwell, colocou no sítio das disciplina.
Penso que é do interesse de todos este mapa, por isso, decidi coloca-lo aqui, para que todos possam ver o nascimentos grandes Religiões do mundo, situando o ano e o local do nascimento.
Bom proveito!
Caso não consiga ver o mapa, veja aqui.
segunda-feira, abril 27, 2009
46ª Semana das Vocações
Ao longo desta semana, entre 26 de Abril e 3 de Maio, tem lugar a semana das Vocações, cujo tema é: "Sei em quem pus a minha confiança" (2Tim 1, 12).
O que é a Vocação?
É um dom que Deus nos dá, e que cada um de nós precisa de olhar bem dentro de si, e saber qual é o dom, o carisma, a vocação que Deus lhe deu. Todos nós temos dons e Vocação para muitas coisas. É só preciso para e dizer como Samuel e S. Paulo disseram: "Senhor, que queres que eu faça?"
Neste Tempo em que celebramos Jesus Ressuscitado, e sabemos que a nossa grande Vocação é seguir Cristo, rezemos a oração que se segue, que é a oração da 46ª Semana das Vocações, e façamos com que Cristo Ressuscite verdadeiramente nos nossos corações, e que nos mostre o nosso caminho, a nossa Vocação!

Oração da Semana das Vocações
DAI-NOS ROSTOS CLAROS
Pai, Senhor do Universo e da História,
nós sabemos que as vocações são um dom do vosso amor,
fruto da vossa iniciativa, chamamento que fazeis a cada um, para viver uma existência plena de amor e liberdade.
Escutai hoje esta oração que vos pede especialmente
aqueles operários que se dediquem às grandes messes da humanidade inquieta, que façam ouvir o Evangelho aos que não se sentem amados,
que andam perdidos e desorientados.
Mandai-nos apóstolos de coração puro, testemunhos santos.
Rostos claros de pessoas felizes porque escolhem o máximo, arriscam tudo e recebem cem vezes mais.
Não Vos importa que nos faltem mestres de caridade e paciência?
Apóstolos que digam aos jovens que há uma beleza indestrutível no mais fundo de si, misteriosa e luminosa, que nada nem ninguém pode ofuscar?
Operários que os ajudem a sintonizar a voz bela e verdadeira do Bom Pastor que os chama porque os ama?
Que os vossos operários transmitam confiança e serenidade, sejam sinais de esperança do Reino que virá.
Escutai com bondade, ó Pai, estes pedidos que Vos fazemos com fé,
cumprindo as indicações de Jesus, Vosso Filho e nosso Irmão.
Amem
sábado, abril 11, 2009
quinta-feira, março 12, 2009
O papel do Leigo na Igreja
Há já muito tempo que não escrevo aqui...
Segundo ano da faculdade, o trabalho aumenta... Há mais responsabilidades em tudo.. Porque a idade também trás sempre mais responsabilidade... ;)
Gostaria de partilhar convosco um momento que foi especial para mim!
Veio de forma inesperada, mas foi uma experiência boa e gratificante.
Deixo-vos aqui o link para o site "Magia da Vida", da rubrica das quartas-feiras do Programa Ecclesia. Mais especificamente, deixo o link directo para o programa em que participei...
Espero que o pequeno testemunho possa servir de um "passa a Palavra" de Deus.
quinta-feira, janeiro 08, 2009
Jovens e a Crise de Fé
Muitos sentem dificuldade em manter a sua Fé em determinadas etapas da vida, especialmente no tempo de Universidade, pois deparam-se com um grande grupo de outros jovens que não acreditam em Deus, e que fazem pouco daqueles que acreditam, pois pensam que os Católicos acreditam em Algo ou Alguém que não existe.
Educar para a Fé
A educação é necessária em todos os campos. Como tal, a Fé não escapa, pois também precisa ser educada.
Ao contrário do que muitos possam pensar, a educação para a Fé não se aprende só na catequese ou na Missa. De que vale mandar uma criança ou um jovem à catequese e à Missa, se em casa os próprios pais não sensibilizam à prática religiosa? Esta questão serve para mostrar que a educação começa verdadeiramente no seio familiar. Deus está na família, e como tal, é da família que tem que nascer este Amor a Deus e à Igreja de Cristo.
Se os pais não incutirem aos filhos, desde cedo, os valores da Igreja, será muito difícil, quando jovens, “converterem-nos” a Cristo.
Porque abandonam alguns a Fé?
Nos dias de hoje um dos grandes problemas é a vergonha que alguns jovens sentem em dizer que vão à Missa, que acreditam em Deus, e tudo o que diz respeito à Igreja. É por vergonha que, especialmente no Secundário e na Universidade, muitos deixam de frequentar a Igreja. Isto acontece porque, ir à Igreja, na linguagem juvenil, não é fixe, não dá estilo.
Como uma grande percentagem de jovens deixa de frequentar a Igreja e a catequese após o Crisma, embora aconteça também durante o percurso catequético, estes passam a viver somente das coisas momentâneas e visíveis, rejeitando Deus, que é eterno. Pelo facto de ter mencionado que muitos jovens só acreditam naquilo que vêem, relembro S. Tomé, que também ele duvidava da Ressurreição de Cristo, acreditando só quando O viu (Jo 20, 25-28).
Despertar para a Fé
Há pouco falei na dificuldade de se voltar para a Fé se os pais não ajudarem nesse percurso. Quero acrescentar que, em alguns casos, esse não é o “fim de Deus” na vida de um jovem, pois estamos sempre a tempo de despertar para a Fé.
Pode acontecer com alguns jovens aquilo que aconteceu com Sto. Agostinho. Este sentia-se inquieto, ou seja, procurava a Verdade, mas não sabia que essa era Deus. Diante de Vós estava o meu desejo, mas a luz dos vossos olhos não estava em mim (Slm 38, 9-11). Assim acontece com muitos jovens, que durante muitos anos procuram o verdadeiro Ser, mas que nunca pensaram ser Deus.
Fazendo um balanço daquilo que foi dito, resta-me citar aquilo que diz a Sagrada Escritura, e as palavras de Sto. Agostinho.
Para aqueles que reconhecem viver no Amor de Deus: Felizes aqueles que acreditaram sem terem visto (Jo 20, 29). E para os que se sentem perdidos, ou que precisam de força para continuar na procura da Verdade ou para continuar a confirmar a sua fé, aqui ficam as palavras de Sto. Agostinho: Procurar-Vos-ei, para que a minha alma viva. O meu corpo vive da minha alma e esta vive de Vós (Confissões 10, 20).
in Mundo Rural, Página Jovem,
Novembro de 2008
Caminhando com S. Paulo - Ano Paulino
Ano Paulino
A 28 de Junho de 2007, o Papa Bento XVI anunciou a celebração do ano jubilar dedicado a São Paulo (Apóstolo). Deste modo, o Ano Paulino teve início no passado dia 28 de Junho e terá o seu término a 29 de Junho de 2009. O Jubileu dedicado a S. Paulo vem por ocasião dos dois mil anos do seu nascimento. Será uma boa forma de conhecer este grande Apóstolo de Cristo, o chamado Apóstolo das Gentes.
Vida de S. Paulo
O Apóstolo era judeu, nascido em Tarso (na Cilícia), e chamava-se Saulo. Foi para Jerusalém quando ainda era jovem, para que pudesse aprender a doutrina das leis e das tradições. Fez grandes progressos nos estudos, sendo um dos mais zelosos partidários da lei, e sendo também um dos maiores perseguidores da Igreja. Pediu a morte de S. Estêvão (primeiro mártir), seguindo-se a grande perseguição contra a Igreja em Jerusalém, satisfazendo o ódio que Saulo tinha aos discípulos de Cristo.
Apresentou-se ao conselho e pediu mandatos para invadir as sinagogas, para que pudesse actuar contra os cristãos, para terminar, se possível com a Igreja acabada de nascer. Perto da cidade viu descer uma luz sobre ele, rodeando-o a ele e a quem o acompanhava. Saulo escutou uma voz dizendo: Saulo, Saulo, porque me persegues? Comoveu-se e perguntou: Quem sois vós, Senhor? Cristo respondeu que era quem ele (Saulo) perseguia. Ao ouvir estas palavras exclamou: Senhor, que quereis que faça? Jesus disse-lhe para entrar na cidade, e que lá lhe diriam o que fazer. Só Saulo O via distintamente, ficando três dias sem ver, comer e beber (Actos 9, 3-9).
Deus enviou-lhe um discípulo, de nome Ananias. Este deu a vista a Saulo, instituiu-o e deu-lhe o Baptismo. Assim se converteu, passando do maior perseguidor de Jesus Cristo ao seu apóstolo mais fervoroso – pregando e demonstrando a divindade de Jesus. Os doutores da lei perderam a esperança de lhe conseguir resistir, então, optaram por o tirar do caminho, mas os fiéis livraram-no da morte, baixando-o da muralha num cesto.
Apareceu-lhe Cristo, dando-lhe a missão de pregar o Evangelho. Começam aqui as viagens de São Paulo.
Viagens de S. Paulo
Foram três as chamadas viagens de S. Paulo. Estas que tratamos, são as chamadas viagens missionárias. Paulo atravessou parte da Ásia Menor (actual Turquia), parte da Síria e da Arábia (actual Jordânia) até Jerusalém. Seguidamente, segue para a Europa, indo à Grécia e a Roma.
Na sua primeira viagem, Paulo e Barnabé, caminhando de Antioquia a Chipre e ao sul da Anatólia (Perge, Antioquia de Psídia, Icônio, Listra e Derbe), anunciando a Boa Nova da ressurreição e salvação de Jesus Cristo. Geravam assim comunidades. Nesta fase, dá-se uma divisão dos judeus, e por isso, Paulo fala aos pagãos.
Na segunda viagem, Paulo é acompanhado por Silas, tendo como objectivo, primeiramente, encontrar as comunidades que fundou em Anatólia. Neste caminho encontraram Timóteo, que os acompanha na viagem. Chegam à Grécia, e Paulo funda Igrejas em: Filipos, Tessalónica, Beréia, Atenas e Corinto. Regressa a Antioquia, passando por Éfeso e Cesareia.
Na sua última viagem missionária, Paulo revê as Igrejas que fundou na Anatólia e na Grécia, sendo acompanhado por Timóteo e Tito. Volta a embarcar, dirigindo-se para Tiro, Cesareia e Jerusalém. Nesta última cidade, é preso.
Uma outra viagem realizada por Paulo foi a ida para Roma. Esta não era uma viagem missionária, pois já se encontrava como prisioneiro, mas mesmo assim, não pára a sua actividade evangelizadora.
S. Paulo na Sagrada Escritura
Para que se possa entender S. Paulo, é preciso ter em conta os Actos dos Apóstolos, pois é este que ajudará a perceber as Cartas escritas por S. Paulo. É também neste Livro que pode ser encontrado o caminho pessoal que S. Paulo faz (relata o que foi apresentado no ponto Vida de S. Paulo). Se não tivermos presente o Livro dos Actos dos Apóstolos tornar-se-á mais difícil entender as suas Cartas.
Temos 14 cartas de S. Paulo, nas quais podemos dizer que está toda a Doutrina Cristã. Estas podem ser divididas em três grupos. Primeiramente, as Cartas protopaulinas (escritas directamente por S. Paulo) são: Romanos, 1 Coríntios, 2 Coríntios, Gálatas, Filipenses, 1 Tessalonicenses, Filémon. No segundo grupo, inserem-se as Cartas deuteropaulinas (atribuídas a Paulo, mas possivelmente escritas após a sua morte pelos seus discípulos), sendo elas: Efésios, Colossenses, 2 Tessalonicenses. No último grupo, estão as Cartas pastorais (escritas a pastores ou dirigentes das comunidades cristãs): 1 Timótio, 2 Timóteo, Tito (que também pode ser inserido nas cartas deuteropaulinas).
Como se pode constatar perante as Cartas, S. Paulo é o autor que mais lemos na Bíblia. Foi um dos maiores seguidores de Cristo, sendo chamado, por muitos, de 13º Apóstolo.
Retratos de Paulo
Os possíveis retratos de Paulo são feitos através das Cartas. Nas protopaulinas, o retrato que mais se destaca é Paulo escritor e teólogo.
Já nos Actos dos Apóstolos, escritos pelo Evangelista S. Lucas, Paulo é apresentado como um missionário preocupado com a abertura do Evangelho à cultura helenista (grega).
Penso que será mais importante destacar Paulo enquanto teólogo. Na realidade, Paulo não escreveu nenhum tratado teológico, não sendo considerado um teólogo como os de hoje.
S. Paulo não teve como primeira intenção fazer Teologia, pois tinha como preocupação primeira, formar em torno de Cristo um povo novo, ou seja, que tivesse uma consciência modificada da sua relação com Deus e entre o próprio povo. Ao longo dos escritos paulinos constata-se a enorme preocupação de Paulo em criar comunidades e em mantê-las animadas, motivadas. Fazia sempre este exercício pessoalmente, somente quando não era possível é que enviava cartas (tratando de problemas específicos, tendo por base princípios e convicções inabaláveis).
As Cartas de Paulo elaboram uma Teologia Paulina, fazendo com que assim, possa ser considerado o primeiro teólogo cristão. Anteriormente já se pensava teologicamente, mas foi Paulo que lhe deu uma dimensão espiritual. Paulo lançou as bases do Cristianismo, partindo das suas convicções firmes e inabaláveis.
Ao longo dos escritos que Paulo deixou, entende-se uma constante coerência de pensamento, distinguindo assim, também, as condições das pessoas (que são variáveis), e de outro lado, os aspectos que são essenciais do projecto a ser construído.
Quando se busca Deus numa realidade concreta, está a fazer-se Teologia. Desta forma, é o que Paulo faz, pois o que faz nas comunidades (que crêem) tem por base a transcendência.
Na época em que Paulo viveu, a Bíblia que existia, era a que possuía os escritos hebraicos, ou seja, o Antigo Testamento. Paulo agarrou-se à interpretação das Escrituras através da fé que possuía em Jesus Cristo.
Viver S. Paulo em ACR
Primeiramente a missão de Paulo é ir pelo mundo anunciar a Boa Nova. Ao fazer este anúncio, tal como podemos constatar nos títulos anteriores, Paulo saiu do seu comodismo e foi partilhar Aquele em que acredita. Verifica-se que Paulo tem a preocupação da partilha entre as Igrejas. Tal como ele, também a Acção Católica Rural deve ter a preocupação de realizar esta mesma partilha entre as Igrejas, ou seja, adaptando aos nossos dias, realizar partilha entre as Paróquias e as Dioceses.
Este ano, com o ano dedicado especialmente a Paulo, somos convidados a participar da missão da Igreja, da missão que Cristo nos deu. Se cada um actuar dentro das suas possibilidades, mas, principalmente das suas capacidades, poderemos contribuir para o Projecto de Deus, mostrando de forma visível a salvação. Para que tal aconteça, devemos ser gente capaz de mostrar no seu olhar a alegria do Evangelho, pois se não formos capazes desta missão, também não seremos capazes de cativar ninguém para seguir Jesus.
Que através de S. Paulo tenhamos a ousadia de mostrar Cristo nas nossas vidas, quer a nível pessoal, quer da ACR, pois desta forma, seremos capazes de viver o Evangelho, e consequentemente, cativar novas caras para seguirem fielmente Cristo Jesus.
Convite para este ano
Para além do Ano Paulino irá realizar-se, em Outubro, o Sínodo dos Bispos, cujo tema será a “Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja”. Conjugando os dois grandes temas que se fundem, temos presente um convite para ir à descoberta da Sagrada Escritura. Deixemos que este convite invada os nossos corações, para que assim possamos dizer, tal como S. Paulo disse: Já não sou eu que vivo; é Cristo que vive em mim. (Gálatas 2, 20)
Joana Veigas
in Mundo Rural, Novembro de 2008