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domingo, dezembro 31, 2006

Carta Pastoral 2006/2007 (2.5)

2.5. “Fui eu que vos escolhi” (Jo 15, 16): A vocação como eleição de amor



Há ainda uma palavra muito bela de Jesus, em que Ele desvela o segredo e o sentido mais profundo e último da vocação cristã: “não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi a vós e vos constituí para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça”. Esta frase é pronunciada num contexto em que Jesus como que entoa uma cantata ao Amor infinito do Pai dado a conhecer e partilhado pelos discípulos. E assim coloca o chamamento dos discípulos no coração do mistério, isto é, no desígnio do Amor eterno de Deus, que nos precede e acompanha, ao qual eles respondem pela aceitação da fé. Sem negar a opção pessoal dos discípulos, sublinha o primado da iniciativa de Cristo, reconhecido como Senhor da nossa vida. Na origem da vocação cristã está a iniciativa da Sua graça, do Seu amor, da Sua misericórdia, da Sua atracção. Há um Amor que está antes da nossa resposta. A vocação aparece então como um dom, uma eleição de Amor.

Esta eleição não é só para eles, mas para a missão: “para que deis fruto”, através da irradiação da fé e do amor para que os homens tenham a vida eterna. Através da comunidade dos discípulos, o Filho de Deus continuará a revelar-Se e a comunicar-Se ao longo da história. A nossa vocação tem como horizonte o mundo inteiro. O chamamento do Senhor é pessoal e apostólico.

sábado, dezembro 30, 2006

Carta Pastoral 2006/2007 (2.4)

2.4. “É belo estarmos aqui” (Mat 17,4): A vocação como vida bela em Cristo



A vida em comunhão com Cristo é uma experiência de beleza a saborear e a testemunhar, tal como nos é dado contemplar no mistério da Transfiguração de Jesus, no monte Tabor. É um episódio misterioso, um acontecimento de revelação em que o Filho de Deus vivo deixa transparecer a profundidade da Sua vida divina, do Seu Amor eterno, da Sua bondade que irradia em forma de luz tão intensa que transfigura o Seu rosto – expressão da pessoa – e as Suas vestes, símbolo de tudo o que é quotidiano e se desgasta. Uma experiência tão maravilhosa que extasia os discípulos e leva Pedro a exclamar: “Senhor, como é belo estarmos aqui”: é belo estar contigo, contemplar a beleza do Teu rosto, pertencer a Ti, dedicarmo-nos a Ti!

E depois escutam a voz do Pai que ilumina este acontecimento: “Este é o meu Filho muito amado: escutai-O”. É o chamamento do Pai a seguir Jesus: recebei-O, acolhei-O, ponde n’Ele toda a confiança, fazei d’Ele o centro da vida, deixai-vos transfigurar por Ele.

A Igreja vê na Transfiguração de Jesus o próprio caminho de transformação da existência humana. Para o cristão, é sinal e apelo da transformação baptismal: um convite a dar nova figura, novo rosto, nova beleza à vida com Cristo que nos é comunicada no baptismo. O baptismo é pois o início de todo o caminho cristão de ser filhos de Deus como Jesus. Por isso dizemos que a primeira e fundamental vocação comum a todos os cristãos é a baptismal. Nela somos chamados à santidade que é a expressão da beleza espiritual e moral da nossa vida com Cristo. Ser cristão é um modo belo de viver a vida!

sexta-feira, dezembro 29, 2006

Carta Pastoral 2006/2007 (2.3)

2.3. “Vinde e vede” (Jo 1,39): A vocação como encontro com Cristo



De facto, em Jesus, Filho de Deus feito homem, o Deus vivo, no excesso do seu amor, entra em pessoa na nossa história, vem ao nosso encontro, aproxima-se de nós, torna-se nosso amigo, partilha connosco o mistério do seu amor, para que tenhamos vida em abundância, vida verdadeira, nova e eterna. Jesus traz-nos a Boa-Nova de que somos amados por Deus como filhos; e dá-nos o Espírito Santo no qual podemos acolher Deus como Pai e os outros como irmãos. O Filho é enviado pelo Pai para chamar os homens a esta comunhão divina e fraterna. O convite de Deus chega até aos homens nas palavras, nos gestos, nos sinais de salvação de Jesus. Não é uma fórmula ou uma doutrina que nos salva, mas a Pessoa viva de Jesus.

Por isso, não existe uma passagem do Evangelho, um diálogo ou encontro que não tenha um significado vocacional: um convite­ – chamamento de Jesus a segui-Lo, que põe o homem diante da interrogação fundamental: que quero fazer da minha vida? Qual o meu caminho?

É verdadeiramente iluminante a narração da vocação dos primeiros discípulos de Jesus no Evangelho segundo S. João 1, 35-39. O amor divino é o acontecimento de um encontro que muda a vida, a experiência de uma hora inesquecível que revive, de novo e sempre, no coração de quem aceita entregar-se a este amor em Jesus.

Quando João Baptista indica Jesus como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” – isto é, como Salvador do mundo –, os dois (João e André) não hesitaram em segui-Lo, sem dizer nada. E Jesus faz-lhes uma única pergunta: “Que procurais?” Pode parecer uma pergunta banal, mas ela vai ao fundo da pessoa, como quem diz: o que vos move? Que anseios estão no interior do vosso coração? De que andais à procura na vida? Que vos interessa acima de tudo? E que esperais de Mim? É pois uma pergunta cheia de sentido, um convite a olhar-se dentro, a advertir o que há de mais profundo em nós.

Por sua vez, eles respondem com outra pergunta: “onde moras?” que exprime o desejo de ficar com Ele. Morando juntos, convivemos, compreendemo-nos, partilhamos algo em comum, sentimo-nos da família. Eles compreenderam pois que seguir Jesus é encontrar a verdadeira morada da própria vida. A resposta do Mestre é um convite a confiar e a fazer uma experiência de vida com Ele: “vinde e vede”. E assim fizeram. É tão grande a impressão daquele encontro que vai marcar para sempre a sua vida, que S. João recorda a hora precisa, típico da memória de um grande amor: “era a hora décima” que, para os hebreus, significava a hora das grandes decisões da vida. A vocação é o encontro com Alguém, não com alguma coisa; é a recordação de uma hora que muda a vida quando se aceita estar com Ele e viver d’Ele, reconhecendo-O como “meu Senhor e meu Deus”. “O encontro com Jesus abre um novo horizonte e imprime um rumo decisivo à vida” (Bento XVI), dá origem a uma existência nova na comunhão com Cristo.

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Carta Pastoral 2006/2007 (2.2)

2.2. “Fala, Senhor; o teu servo escuta” (1Sam 3,10): A vocação como diálogo



Mas Deus chama o homem não só à vida e ao seu desenvolvimento; chama-o também, de novo e sempre, na sua história a colaborar com Ele numa história de salvação e não de perdição, de graça e não de desgraça, formando um povo que acolhe o dom da salvação. O povo de Deus – outrora Israel, hoje a Igreja – é um povo de chamados à fé e à salvação, a responder e corresponder à Palavra do Senhor.

A história de Deus com os homens é uma história de vocações. Através da sua Palavra, Deus chama e envia alguns (patriarcas, profetas…) a realizar determinada missão. Uma amostra exemplar é a vocação de Abraão, a quem Deus chamou para dar início à história particular da salvação, formando um povo, e a confiar somente na Palavra, acolhida na fé e na esperança. Quando Deus chama, espera uma resposta. Isto é claro na vocação de Samuel (1Sam 3), que responde com a sua disponibilidade pronta: “Eis-me aqui. Fala, Senhor, que o teu servo escuta”. Assim a história de cada homem, embora nos apareça como uma pequena história, é sempre parte integrante e inconfundível duma grande história da salvação, que vem de longe e leva longe e que tem o seu momento culminante em Jesus Cristo.

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Carta Pastoral 2006/2007 (2.1)

2. A Beleza da vocação cristã


2.1. “E Deus viu que tudo era muito belo” (Gen 1,31): Toda a vida é vocação




Quando contemplamos a nossa vida à luz da fé no mistério da Criação, tomamos consciência de que “não somos o produto do acaso irracional e sem sentido da evolução. Cada um de nós é fruto dum pensamento de Deus. Cada um de nós é querido, cada um é amado, cada um é necessário.” (Bento XVI) O amor criador de Deus é o início de cada vocação. Ele cria-nos com dons, talentos e capacidades que somos chamados a desenvolver para a nossa realização pessoal e para o aperfeiçoamento do mundo. Chama-nos a colaborar com Ele no projecto criador e salvador, para tornar o mundo bom e belo.

A vida humana não é pois um acaso nem um destino cego. É uma obra-prima do amor criador de Deus e traz inscrito dentro, em si mesma, um chamamento ao amor. Não é uma aventura solitária, mas diálogo, dom de Deus que se torna tarefa e missão para nós. Não vivemos ao acaso nem por acaso. O homem não está só no mundo: nem no princípio, nem no meio, nem no fim da vida e da história. Deus é o seu companheiro de caminho e este caminho abre à vida verdadeira e plena, boa, bela e feliz. Cada dia é-nos dado para responder à nossa vocação de criaturas de Deus, como um modo de conceber e projectar a nossa vida. Em cada pessoa há um dom original de Deus que espera ser descoberto, desenvolvido para dar frutos. A busca do sentido da vida é um eco da “vocação” de Deus.

terça-feira, dezembro 26, 2006

Carta Pastoral 2006/2007 (1)


1. Novo contexto vocacional hoje




A crise das vocações ao sacerdócio ou à vida religiosa não pode ser compreendida de um modo isolado do contexto cultural da nossa época nem do contexto da vivência da fé nas nossas comunidades.

É antes de mais uma crise cultural. Hoje sente-se a falta de uma “cultura vocacional” que se reflecte em vários âmbitos: crise da vocação ao matrimónio, à vida política, à vida sindical, à vida associativa. Isto é derivado da cultura reinante da incerteza e da confusão causada pelo relativismo e pelo vazio de ideais, de valores, de referências e modelos fortes. Acresce ainda a cultura da distracção, cada vez mais invasiva e evasiva, que perde de vista e até sufoca as interrogações sérias acerca do sentido da vida. Mais, sofre-se hoje de uma orfandade educativa nas famílias e nos centros de educação. Quantos abortos vocacionais – que impedem o desabrochar da semente da vocação – por causa do vazio educativo!

Todo este clima suscita e alimenta a cultura da indecisão: os jovens têm receio e medo de tomar opções e assumir compromissos fortes, exigentes e duradoiros. Basta pensar na actual crise da opção matrimonial que, a meu ver, não é menos grave do que a crise das vocações ao sacerdócio ou de consagração. É dramático tudo isto que leva um jovem a privar-se de uma das realidades mais belas da vida: formar uma família com um vínculo de amor uno, fiel e para sempre.

Esta crise cultural repercute-se também na Igreja. Em tempos de cristandade, a vocação, tal como a fé, despertava e transmitia-se como que por osmose ou contágio do ambiente cristão das famílias e da figura e do estatuto social do padre. Hoje, num mundo em constante mudança e pluralista, a vocação, tal como a fé, requer uma interpelação clara por parte da comunidade cristã e uma opção consciente e madura dos destinatários.

Acontece, porém, que nas nossas comunidades cristãs reina uma amnésia vocacional. A maior parte dos nossos cristãos pensa que a questão das vocações não lhes diz respeito; é assunto do bispo e dos padres.

A crise vocacional é, em última análise, crise de vivência e interpretação banal da fé, privada de toda a beleza, frescura, encanto, paixão, alegria e entusiasmo por Jesus Cristo e pelo evangelho, privada do sentido de responsabilidade e de doação a Deus e aos outros.

Esta reflexão serve para compreender o contexto da crise vocacional. Mas não ajuda a solucioná-la dizer que acontece o mesmo na vida política e sindical, nem ficar nas lamentações acerca do nosso mundo. A crise representa um desafio em ordem a assumir com novo ardor a pastoral vocacional e a encontrar novos caminhos. O que aqui está em jogo é, sobretudo, uma experiência de fé que leve a descobrir a novidade e a beleza do encontro com Jesus Cristo.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Meiditação do meu coração...

TEMPO DE RENOVAÇÃO


Perdão, Senhor!

Embora bem intencionado e cheio de boa vontade,
nem sempre acertei em meu relacionamento humano.

Eu queria ser uma flor e fui um espinho...

Eu queria ser sorriso e fui mágoa...
Eu queria ser luz e fui trevas...

Eu queria ser estrela e fui eclipse...

Eu queria ser contentamento e fui tristeza...

Eu queria ser força e fui fraqueza...

Eu queria ser o amanhã e fui o ontem...

Eu queria ser paz e fui guerra...

Eu queria ser vida e fui morte...

Eu queria ser carinho e fui rudeza...

Eu queria ser sobrenatural e fui terreno...

Eu queria ser lenitivo e fui flagelo...

Eu queria ser amor e fui decepção...

Recebe, Senhor, em tuas mãos de misericórdia e perdão infinito o gosto amargo desta revisão.

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Hoje é um dia muito especial para mim... Pois é o dia em que faço seis meses de namoro com uma pessoa que amo mesmo muito...
Esta é uma revisão que encontrei e que achei linda... Mostra tudo o que uma pessoa pode fazer de errado, mesmo querendo fazer certo...
É a minha revisão deste meio ano juntamente com um rapaz espectacular... Uma revisão que mostra o quão arrependida estou pelos erros que faço... Sendo eles muitas das vezes... Por ligar demasiado a outras coisas e pessoas que não a pessoa que amo verdadeiramente...

Espero que este dia seja bom para ti mor... E que daqui a muitos anos possamos estar juntos a recordar estas palavras...

Com muito amor e carinho,
Joana

Oração pelos que não conhecem Jesus...

Ó Jesus, meu único amor,
eu rezo por aqueles que Vós amais
mas que não sabem amar-Vos;
que eles possam ser purificados
e curados a fim de que também eles
sejam livres de todo o mal.

Amen.

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Encontrei esta pequena oração... Simples... Mas é colocada aqui de todo o coração...

terça-feira, dezembro 12, 2006

Tenham respeito...

Hoje aconteceu-me algo que me perturbou profundamente... Podia ter acontecido há mais tempo... Podia ter demorado mais... Mas tinha de ser hoje... E assim foi...

Um certo rapaz da minha turma... É uma pessoa que se pode dizer ser completamente anti-Igreja... Não tem qualquer problema em dizer mal da Igreja (particularmente a Católica)... E eu sendo uma Católica sem ter medo de me assumir... Hoje não aguentei mais... E tive de dizer o que já andava atravessado na garganta...
Hoje, esse tal rapaz começou numa aula (sem quê nem porquê) a dizer que "se a Virgem Maria teve um filho... É porque já não era virgem!"... Isto perturbou-me... Mas não disse nada... Até porque estava bem longe dele... Mas na aula seguinte... O lugar dele é exactamente à minha frente... Foi azar dele...
Na aula seguinte... Começou a descrever como terá sido a "relação sexual" entre a Virgem Maria e o Espírito Santo... Fiquei tão revoltada... Que meti-me na conversa...
Disse-lhe para ele ter respeito por aqueles que acreditam... Pois havia algumas pessoas naquela sala que eram Católicas (que supostamente acreditam)... Ele disse que a conversa não era comigo e que uma das pessoas com quem estava a falar era Católica e que não estava nada revoltada com aquilo que ele estava a dizer (até se ria)...
Disse que não sendo Católico que podia dizer o que queria... Eu continuei a dizer para ele ter respeito... Que lá por ele não acreditar também não ando a criticar... Mas ele ainda disse (na minha opinião só para ser arrugante) que achava muito bem que eu seja Católica e que acredite... Enfim... A minha resposta para ele foi da mesma forma... Mas para ele ter respeito por aqueles que acreditam... Pois pode estar a magoar as pessoas...
Perguntou-me se a Igreja Católica se sentia ofendida com aquilo que ele estava a dizer... Nem me deixou dar uma resposta em condições, não me deu oportunidade para isso... Mas é claro que estaria ofendida... Porque são alguns dos princípios e ensinamentos da Igreja Católica... E para mim... Aquilo foi uma falta de respeito...

Com toda esta situação... Metade das pessoas daquela sala estavam a rir-se à minha custa... Mas eu não me importei... Fiquei extremamente nervosa... Porque ele estava a ser extremamente mal educado e estava a magoar-me e a pôr em causa aquilo que me foi ensinado e aquilo em que eu acredito...

Sei que o rapaz não me dirigiu mais a palavra... E por uns largos minutos não se ouviu uma palavra dele na sala de aula... Mas o que é certo é que ele ficou assim em silêncio...
Numa altura da nossa discussão... Ele disse que eu não tinha de o fazer sentir culpado de uma coisa que ele não estava a fazer mal... Mas pronto... Se ele acha que estava a fazer bem continue assim... Eu penso que já fiz a minha parte...



Fiquem em Paz... E que Deus vos proteja destes sujeitos anti-Igreja...

domingo, dezembro 10, 2006

Deus está falando...

Um homem sussurrou: Deus fale comigo!
E um rouxinol começou a cantar, mas o homem não ouviu.

Então o homem repetiu: Deus fale comigo!
E um trovão ecoou nos céus, mas o homem foi incapaz de ouvir.

O homem olhou em volta e disse: Deus deixe-me vê-lo!
E uma estrela brilhou no céu, mas o homem não a notou.

O homem começou a gritar: Deus mostre-me um milagre!
E uma criança nasceu, mas o homem não sentiu o pulsar da vida.

Então o homem começou a chorar e a se desesperar:
Deus toque-me e deixe-me sentir que você está aqui comigo...
E uma borboleta pousou suavemente em seu ombro.

O homem espantou a borboleta com a mão e desiludido.
Continuou o seu caminho triste, sozinho e com medo.

Até quando teremos que sofrer para compreendermos que
Deus está sempre aonde está a vida?

Até quando manteremos nossos olhos e nossos corações fechados para o milagre da vida que se apresentas diante de nós em todos os momentos?